Før ankomst Brasil levde jeg nærmest i villfarelsen at kylling er grilla og vakumpakket Norsk kylling i gul plast, at okse kun består av indre- og ytrefileter – og at ost enten er den hvite eller den brune. De norske matvarekjedene «kompliserer» ikke mathverdagen stort mer enn det.
Her i Brasil har jeg imidlertid lært både at kylling har svært smakfulle hjerter og at det er en betydelig forskjell på kyllinglår, kyllinglegger og hele kyllingbein. Okseanatomien har dessuten så mange navngitte deler her, at det er lurt å følge den norske fjellvettsregelen om å lytte til kjentfolk, før du går til innkjøp av oksekjøtt. En vanlig brasiliansk dagligvarebutikk har en osteavdeling som alene er større enn ei norsk «Brustad-bu». Brunost er imidlertid fraværende.
Utvalgsmessig sett har jeg kommet til en annen verden når det gjelder mat. Det hadde jeg innsett lenge før jeg fikk oppleve «Mercadão» i sentrum (Centro) av São Paulo. Navnet minner om (og betyr også det samme som) det norske ordet marked . Det er beskrivende i seg selv, særlig siden endelsen «ão» på portugisisk legges til et substantiv hvis man vil understreke at det er stort.
Totalt består Mercadão av omtrent 300 «boder» eller salgsavdelinger, som til sammen tilbyr mer enn jeg kan drømme om av ferske og foredlede matvarer. Bildeserien over viser noen få av dem.
Mercadão ligger i et praktfullt bygg i gata Rua da Cantareira. I motsetning til gatemarkedene vi tidligere i oppholdet har besøkt, som var midlertidige og provisoriske, er infrastrukturen her i høyeste grad fast. Bygget ble tegnet i 1926 av Francisco Ramos de Azevedo, den samme arkitekten som tegnet São Paulos vakre teaterbygg Theatro Municipal. Med blant annet store glassmalerier fremstår huset i mine øyne nærmest som en katedral (for mattilbedere).
For oss var det enklest å komme dit med metro fra stasjonen Jardim São Paulo til São Bento. Ved São Bento gjenstår kun en kort spasertur gjennom den kjente og travle handlegata 25 de março før man ankommer Mercadão.
Kilde: Brosjyre Portal do Mercadão
Comida com C maiúsculo
Antes de vir ao Brasil, eu vivia na ignorância de achar que frango só o norueguês, grelhado e embalado à vácuo em plástico amarelo, que a carne de boi só tinha nas variantes filé mignon e contra filé e que queijo ou era o amarelo ou o marrom. As redes de supermercado norueguesas não «complicam» o cotidiano alimentar mais do que deste modo.
Aqui no Brasil, porém, eu já aprendi que existem corações de frango deliciosos e que há uma diferença significativa entre coxa, sobrecoxa e coxa + sobrecoxa. A anatomia do boi tem, além disso, tantos nomes de cortes de carne que é recomendável seguir a regra norueguesa da lista de regras para sobrevivência nas montanhas que diz «peça conselhos a pessoas experientes» antes de ir (para as montanhas) comprar comida. Um supermercado brasileiro comum tem uma seção de queijos que, por si só, é maior que um mercadinho norueguês. Já o queijo marrom típico da Noruega não se encontra por aqui.
No quesito variedade eu conheci um outro universo quando se trata de comida. Eu já tinha percebido isso antes de ter uma experiência incrível ao visitar o «Mercadão» no centro de São Paulo. O nome lembra (e significa também o mesmo que) a palavra norueguesa marked . Ele é, como o próprio nome já diz, um mercado, especialmente por que a terminação «ão» em português é adicionada ao substantivo se se quer destacar que algo é grande.
O Mercadão consiste de um total de cerca de 300 «boxes» ou lojas, que juntas oferecem mais do que se pode imaginar em produtos alimentícios frescos e não-perecíveis. A galeria de fotos acima contém uma pequena amostra.
O Mercadão está localizado em um suntuoso prédio na Rua da Cantareira. Ao contrário das feiras livres que visitamos antes, que eram temporárias e provisórias, a infraestrutura aqui é de um modo geral fixa. O prédio foi desenhado em 1926 por Francisco Ramos de Azevedo, o mesmo arquiteto que projetou o belo Theatro Municipal de São Paulo. Com grandes vitrais coloridos, a construção parece para mim mais uma catedral (para adoradores de comida).
Para nós foi mais fácil chegar lá de metrô da estação Jardim São Paulo e descemos na São Bento . Da estação São Bento temos que passar pela conhecida e movimentada 25 de março antes de chegar ao Mercadão.
Fonte: Folheto Portal do Mercadão
Olá, Morten, «vortei»!
Não conheço, porém ouço falar muito bem deste mercado paulistano…
Aqui em minha cidade, o mercado municipal fechou a quase trinta anos. Tenho saudades de quando chegava da roça, à estação rodoviária em anexo (hoje terminal urbano) e sentia aquele cheiro de maçã de hospital… parecia imenso para uma criança.
Foi lá que quando comecei a trabalhar, comprei minha primeira calça jeans (US top), sombrinha, cinto e tantas bugigangas de adolescente (eu trabalhava em frente).
Hoje gosto de visitar o mercado de Poços de Caldas – MG, pois tem rapadura de cidra, frutas pouco comerciais, variados biscoitos de polvilho, queijos mineiros, cestaria artesanal e mais!
Vocês já conhecem Poços de Caldas? Êta lugar bom, uai!
Até mais.
Oi de novo!
Quase que eu também senti o cheiro das maçãs que você descreveu, mas nunca estive no lugares que você mencionou, infelizmente. Conforme dito antes, estou impressionado com os mercados brasileiros. É legal para um norueguês ver que um produto de sua terra, o bacalhau, é tão apreciado nos mercados. Vou sentir muita falta da comida típica do Brasil quando retornar à Noruega. Um abraço!
Adoro bacalhau, Morten!
Não compro sempre por ser salgado (aqui no interior), e o marido tem hipertensão arterial. É salgado também no preço, mas rende muito, e fica perfeito com arroz e feijão ou cozido com batatas.
Antigamente eu pensava que o bacalhau fosse português! Parece que em Portugal havia um entreposto do produto… soube a tempos que a Noruega é que tomou a iniciativa de barganhar com o Brasil: bacalhau por café.
Minha avó contava que no tempo dela, este peixe era muito barato, daí o ditado: «Para quem é, bacalhau basta»!
Até mais.
Olá, Cristina!
Na Noruega costuma-se consumir o bacalhau fresco, mas o bacalhau salgado é um prato nobre do qual nos orgulhamos muito.
Duas das maiores cidades que mais exportam bacalhau para o Brasil (Kristiansund e Ålesund) estão bem perto de onde moramos.
Um abraço!